Sabe quando você sente que alguma coisa está muito errada? Pois é, essa sou eu.

Eu não tenho a mínima noção do que estou fazendo da minha vida, eu só sei que parece que tudo o que eu faço é errado.

Tudo está chegando num ponto insuportável e eu não tenho mais vontade de fazer nada.

Cada vez que eu abro a boca eu cago mais com a minha vida e isso é triste e decepcionante.

Eu não sei o que fazer, está tudo desmoronando e eu não estou aguentando a pressão.

A vida é muito horrível, nos faz duvidar das nossas crenças e nos mostra que tudo o que nos resta são incertezas.

Eu sou uma idiota, deveria morrer logo...

Que me faça esquecer do dia que ele me segurou à força, tirou a minha calcinha e me estuprou apesar de eu ter apenas 9 anos de idade.

Que me ajude a compreender a falta de humanidade do ser humano com o próximo a ponto de chutar aquele que já está todo quebrado.

Que me possibilite voltar a ser inocente e acreditar no melhor das pessoas.

Posso ter um real ou um bilhão de reais na minha conta bancária que as cicatrizes não desaparecerão.

Não conseguirei deixar para trás o fato de terem matado a minha tia por causa de dinheiro.

Sempre lembrarei que acendi o meu primeiro cigarro depois de passar por um enorme estresse porque queriam me foder.

Me cortei pela primeira vez porque previsava de uma válvula de escape, o peso que eu carregava dentro de mim era muito exarcebado.

Dinheiro não substitui felicidade, paz de espírito, não te faz voltar a ver o mundo como um lugar onde se há a possibilidade de ser feliz.

Não quero ser estragada, não quero estar corrompida pelo sofrimento excessivo, não quero achar que todo mundo me faz de otário, não quero mais ser eu.

Foi essa a frase que eu ouvi do cara que eu estou a fim há alguns minutos atrás, alguma coisa se rompeu dentro de mim, aos poucos eu estou sendo destruída, me destruindo.

Nesses últimos dias a lâmina tem sido minha companheira, os cortes têm sido a prova de que eu continuo viva e os pensamentos suicidas não têm tido muito espaço na minha mente.

Eu não sei o que pensar, o que fazer, eu só sei que eu estou cansada de viver. A minha vida real é uma bosta e o futuro parece cada vez menos promissor.

Por que eu fui gostar de alguém? Pir que eu? Minha mãe tem me dito todos os dias que o coração dela está piorando, minha avó só sabe reclamar da saúde dela e eu tô cansada de tudo.

Eu não quero essa vida para mim, mas eu estou presa à ela, não é nada mutável e eu sou tão bosta que não sirvo nem pra colocar um fim em tudo.

Eu cansei de viver, de ter esperança, de acreditar na felicidade, de achar que a minha vida tem valor, de achar que eu vou amar e ser amada, de crer no melhor para o futuro.

Eu simplesmente cansei...

Tem dias que a vontade de me matar é tão grande que eu me sinto sufocada pelo peso da vida.

Eu me mutilo, mas é apenas uma válvula de escape, não é algo definitivo do jeito que eu queria que fosse.

Sou apenas uma pessoa e me sinto insuficiente diariamente, não consigo ser a filha perfeita, a acadêmica exemplar e tem dias como hoje que eu sinto que a minha existência é inútil.

Eu só sirvo para incomodar os outros, gerar despesas e causar tristeza nas pessoas que eu me importo.

Toco na ferida não cicatrizada porque sei que a dor se intensifica quando eu faço isso e eu sou tão tóxica que deveria sofrer.

Sinto o gosto metálico do sangue misturado com o gosto salgado ds lágrima e isso me é tão familiar.

Não quero uma grande despedida, só quero partir do mesmo jeito que cheguei. Vim do pó e ao pó eu irei.

É meu destino, não precisa fazer velório chique não, nem se incomode em chorar quando vir o meu corpo indo para o seu destino final...

Quero ir tranquilamente, se me é permitido desejar algo, e você não precisa fingir que eu tive alguma importância durante a minha breve vida neste planeta.

Os piores infernos que vivi ninguém sabe nem nunca saberá, são feridas que nunca cicatrizam, não importando o tempo que passe...

As deixo bem escondidas em um lugar onde não posso acessar conscientemente.

Me deixe dar o meu adeus, que se apaguem os holofotes, fechem as cortinas, deixem que eu me misture ao breu que foi a minha vida.

Faz tempo que eu não apareço, todo fim de semestre é caótico e esse, em especial, está sendo uma grande merda.

Eu tenho uma prova daqui 5 horas, deveria estar dormindo e descansando, mas estou chorando e fumando feito uma garota imbecil e mimada.

Alguma coisa mudou dentro de mim depois do meu vigésimo quarto aniversário e eu me sinto feito um brinquedo quebrado.

Eu estou de saco cheio de tudo e, só para variar, os pensamentos suicidas tomam conta da minha mente.

Eu me sinto algemada à minha vida, como se ela fosse imutável e um cenário de um filme dramático.

Eu sempre tentei ser uma boa pessoa, mas a troco do que? Se vc estiver lendo isso aprenda nunca liste as merdas que já aconteceram na sua vida se você não quiser acabar deprimida num quarto se cortando "feito uma retardada", como diria a sua mãe.

Tantas coisas mudaram dentro de mim, tantos sentimentos anestesiados, tantas lembranças esquecidas voltaram e eu fico me perguntando por que minha mãe decidiu me ter, por que Deus permitiu que eu nascesse...

A única coisa que mudou é que antes, nesses momentos fodas, eu me questionava sobre a existência de Deus e agora eu me apego à Ele porque sei que do lado Dele é o meu futuro.

Acho que eu me tornei adulta pra valer esses dias quando eu parei de esperar o melhor do mundo e me toquei que mesmo que eu faça o bem ao próximo nem sempre eu vou ser retribuída com coisas boas...

Triste né? Eu até abandonei as redes sociais porque todo mundo tem uma mania (doentia) de querer mostrar sempre o lado bom da vida e, ultimamente, eu tenho achado isso repugnante.

Ninguém é 100% feliz, a alegria genuína não existe nesse planeta, estamos aqui apenas de passagem para aprender e evoluir ou para ser filha da puta e se manter estagnado nessa merda de planetinha dos infernos.

Pelo menos é nisso que eu acredito, ninguém está aqui para ser feliz e o sofrimento é de grande serventia para a evolução.

Mas às vezes o sofrimento é demasiado, então precisamos de uma (ou várias) válvula de escape.

Você tocou minha vida
Com a sua delicadeza na noite
O meu desejo estava sob o seu comando
Até que seu amor acabou...

Eu digo para mim mesmo que eu estou livre
Tenho a chance de viver só para mim
Sem pressa de chegar em casa
Agora que você se foi

CHORUS
Faca
Corta como uma faca
Como irei me curar?
Eu estou tão profundamente ferido...
Faca
Corta como uma faca
Você cortou o coração da minha vida

Quando eu finjo
Sorrio pra enganar meus amigos mais queridos
Fico imaginando se eles sabem
Que é só atuação

Estou num palco
Dia e noite eu faço minhas charadas
Mas agora como posso disfarçar
O que está em meus olhos

CHORUS

Oh, oh
Oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh
Oh...

Eu já tentei e tentei
Bloquear a dor que sinto por dentro
A dor de querer você
Querer você

Faca
Corta como uma faca
Como eu poderia curar
Eu estou tão profundamente ferido
[2x]

Você cortou o coração
Da minha vida

Definitivamente sexo não é como eu pensei que seria, o nosso problema é romantizar demais uma coisa tão normal.

Quando acabei de transar pela primeira vez na vida eu fiquei tipo "Ah, então é só isso?". Não teve cama, músicas excitantes ou muito romantismo.

Foi com um amigo meu e então eu percebi como foi bobagem mentir sobre isso até aqui, dizer que eu já tinha transado 20x por mês desde outubro de 2014.

Percebi que eu chego muito mais fácil ao orgasmo quando estou sozinha e até agora não melhorou muito, as pessoas dizem que as coisas melhoram a partir da 4○, 5○ vez.

Não foi com o namorado e nem com o primeiro cara que eu amei, foi com o meu melhor amigo e ele me fez enlouquecer várias vezes.

Engraçado que muitas pessoas ficam encanadas com o próprio corpo, mas eu nem fiquei, tipo transei de luz acesa e fiquei de boa.

Também dispensei a lingerie a partir da terceira vez, essas coisas não importam muito, é sério. Eu não prestei atenção na roupa dele e ele muito menos na minha.

Prestei muito mais atenção no jeito que o pau dele ficou quando eu comecei fazer striptease pra ele, bem desajeitadamente confesso.

Ele prestou atenção na minha bunda quando eu virei de costas pra rebolar na ereção dele, foi puro prazer e um tantinho de cumplicidade.

Doeu? Mas é claro que doeu, mas eu dei graças a  Deus por não ter sangrado e sujado tudo, pelo menos dessa vez a vida foi bondosa comigo...

No final ele ainda ajudou eu a me vestir e nos despedimos com um beijo que, se desse tempo, com certeza nos levaria à outra transa.

Não foi perfeito do jeito que eu planejei, acho que realmente essas coisas simplesmente acontecem quando é pra ser....

Olá querida,

Bom, eu sou você no futuro, hoje eu tenho quase 24 anos e tenho que te contar que seus maiores sonhos lá de 2017 se tornaram realidade.

Bom, você tem um tabler que lançou faz só três meses, eu sei o quão chateada você fica quando te zoam por causa do seu celular velho.

Você entrou na faculdade e você ama cursar direito, no final essas brigas que você arruma resultaram em alguma coisa útil.

Lembra daquele menino que você morre de vontade de ficar com ele? Bom, a verdade é que agora ele está caidinho por você e vocês descobriram que tem muitas coisas em comum.

Antes que eu me esqueça, ele não te beijou por pena, ele queria ficar com você e torceu para você querer algo mais aquele dia.

Claro que sua vida tem alguns problemas, mas saiba que no finsl tudo dará certo e todo sofrimento pelo qual você passará te tornará mais forte e mais evoluída.

Um beijo do seu eu do futuro

Nós somos um casal daqueles ruins que você vê por aí, certamente não seremos retratados em uma comédia romântica, mas muito provavelmente em um filme de drama.

Somos autodestrutivos juntos, as navalhas sujas com o nosso sangue seco revelam isso.

Não que você me cause sofrimento, mas já tivemos nossos corações partidos e ainda dói quando relembramos dos velhos tempos com nossos antigos companheiros.

Choramos juntos também porque sabemos que encontramos o nosso porto seguro um no outro.

Feito parceiros de crime, escondemos nossa frustração dia após dia com um sorriso no rosto, uma atitude amável com o próximo e sempre dando o máximo de si em prol do outro, mas no fundo só nós sabemos do custo que isso tem.

Somos assim, completamos um ao outro, sabemos compreender nossas dores e, principalmente, somos solidários nos nossos momentos de bad.

Não é uma história de um romance fofinho, é apenas o nosso relacionamento deturpado que faz sentido só na nossa intimidade como casal.

Para o corte arder toda vez que eu mexer o pulso, para ser profundo e não superficial, ele significa uma simples punição.

Eu foco no futuro e esqueço do presente, então ele deixará uma bela cicatriz para eu sempre me lembrar que sou péssima mãe, péssima filha, uma amiga medíocre e uma aluna mediana.

Cortei os pulsos porque quero olhar para lá sempre e lembrar que o futuro poderia nem ter acontecido, mas eu preferi ele ao invés do meu presente incrível.

Me cortei para deixar marcas da minha alma conturbada, precisando de ajuda que não pode ter.

Então eu voltei, minhas aulas retornaram e eu já senti a diferença entre o sexto e sétimo semestre e bom, é uma grande merda.

Me sinto imponente, parece que o dia dura apenas 6 horas e, para piorar tudo, eu tenho dormido super mal.

Ganhei uma grana boa e gastei em coisas que eu não sei se eram tão importantes assim, a verdade é que eu ponho a felicidade dos outros acima da minha e isso é certo?

Mês que vem prestarei diversos concursos para estágio e espero que eu consiga alguma coisa.

Um aprendizado que eu tive esses dias foi: As vezes você só precisa abrir mão do controle e colocar tudo nas mãos de Deus para as coisas fluírem.

Keep calm and carry on...

Descobri que eu estava sendo traída há sabe-se lá quanto tempo, você não quer piedade, compaixão ou pena quando isso acontece, o seu único desejo é não ser "sugado" pelo vazio enorme que ocupa o teu interior.

Você vê que o mundo não parou, as coisas continuam do mesmo jeito que sempre foram, dias amanhecem, esses também anoitecem, todos ao seu lado vão para o trabalho, voltam para a casa, resolvem seus problemas pessoais e continuam vivendo.

Mas você não, a cena continua reprisando na tua cabeça por tempo indeterminado, você acorda, chora e adormece quando a exaustão emocional toma conta do teu ser.

Nenhuma palavra ajuda, nem um "Fica com Deus", um "Vai dar tudo certo", um "Pode contar comigo" ou até mesmo um "Se quiser vem passar uns dias comigo".

Nada mais importa além da maldita cena que toma conta dos teus pensamentos a cada segundo, as letras da Marília Mendonça e da Nayara Azevedo nunca fizeram tanto sentido...

Boa noite, eu sei que eu não dava as caras aqui há três meses, mas eu também não devo satisfação para ninguém, esse é o meu diário, não o meu blog público...

As coisas mudaram, eu fui hackeada e decidi não ajudar mais ninguém porque alguém espalhou o link da minha pasta do Google drive para geral e isso é muita filha da putagem.

Depois disso eu decidi me dedicar ao You Tube e até que está dando certo, o blog deixou de existir e eu decidi tentar novas coisas.

Publiquei o meu livro no Wattpad e consegui uma boa visibilidade, também descobri que a minha área é drama, meus livros desse gênero são bem melhores do que os de romance...

Também troquei o meu tablet e o novo é ótimo, tirando a parte de que a memória dele é uma bosta, então posso ter no máximo 20 aplicativos e nenhum arquivo muito carregado.

Queria mesmo poder dizer que tudo está bem, mas no meio do caminho alguma parte minha se perdeu, do nada eu comecei me achar a pior pessoa do mundo e eu só consigo pensar em me matar.

É um ato egoísta pra caralho, eu sei, e o que me segura é pensar que eu vou deixar uma idosa e uma deficiente sozinhas.

Nas últimas noites eu pego a lâmina nas mãos, fico sentindo o frio metálico dela, então simulo passar no pulso e me ponho a chorar, colocando o travesseiro sobre a cabeça para evitar que me ouçam.

A minha vida não tem mais sentido, eu não vivo, apenas sobrevivo. Minha mãe piorou do estado de saúde dela e vamos precisar de ajuda médica e eu sei que dessa vez vai ser bem foda, só que eu não quero que ela passe por isso.

As minhas aulas voltam semana que vem e eu fico pensando porque eu estou fazendo essa faculdade, eu amo direito, não entenda mal, direito é a minha vida, mas por que eu me esforço para arrumar um estágio e ser uma aluna exemplar?

A gente tem que trabalhar porque tem que ter dinheiro para sobreviver, mas eu não quero sobreviver, eu penso em morte todos os dias da minha vida, sempre que eu marco algum compromisso eu penso "Isso se eu estiver viva até lá".

Eu me sinto decepcionada quando acordo, isso todo santo dia, e eu só queria saber porque eu não me mato de uma vez, por que eu fico hesitante? Por quê?

Minha mãe tem brigado comigo todos os dias, segundo ela eu não faço nada e, de fato, eu sou uma pessoa inútil. Não trago dinheiro pra casa, sou péssima em serviços de do lar e, ultimamente, eu não estou prestando nem para ser blogueirinha.

Cansei de viver de aparências, de focar no futuro e esquecer do presente, de ser jovem, mas ter responsabilidade de gente velha, de ter que suportar certas pessoas, de ter que fazer "a boa vizinhança" em nome de um futuro melhor...

Eu só queria entender porque eu não faço isso de vez...

Vim aqui porque tenho muitas coisas na minha mente e eu preciso aliviar a pressão, organizar essa massa de pensamentos e, no fim, começar a agir.

De três semanas para cá eu comecei me sentir realmente mal comigo mesma, com o meu corpo, com a minha forma de agir, com a minha forma de pensar e ficar na minha zona de conforto está sendo bem tóxico no final das contas.

São várias coisas, vários traumas que eu preciso curar, e eu preciso mudar. A diferença é que finalmente entendi que a mudança começa dentro e reflete fora.

Como assim? Bom, o meu principal problema nesse momento é o meu peso. Eu estou cansada de não caber em nenhuma roupa, de ir nas lojas e sair triste porque não coube nada em mim, quando eu vejo os números na balança eu começo chorar e essa semana eu fiquei nua na frente do espelho várias vezes.

Se eu fosse um homem eu não ficaria com alguém como eu, meu corpo está nojento, asqueroso, escroto. Tirando tudo isso ainda tem a questão da minha saúde, que piora mais a cada dia e eu estou arriscando ter problemas para o resto da vida.

Comecei a me analisar desde a segunda feira passada, eu ajo muito por impulso. Penso "Quero comer um bolo de chocolate com calda de brigadeiro", eu compro o bolo, como e só depois eu penso "Esse bolo me deu um prazer instantâneo, mas à longo prazo vai destruir a minha saúde".

Eu preciso aprender a controlar a minha mente, resistir à gula, pensar com o racional e não com o estômago, preciso mudar o meu jeito de pensar (dentro) para conseguir alcançar o corpo que eu considero ideal e conseguir mantê-lo (fora).

Preciso também aprender a controlar o meu estresse para não descontar tudo na comida, a mesma coisa com as frustrações e com a tristeza. Chegou a hora de mudar, é agora ou amanhã pode ser tarde demais.

Além da questão de saúde também tem a questão de conseguir se sentir bem. Eu quero ser uma nova pessoa, preciso mudar o interno para que a modificação externa se torne consequência.

Batom vermelho borrado, minhas bochechas estão manchadas de preto. Sangue escarlate pulsa nas minhas veias, seguem o seu rumo natural, até que uma lesão atravessa o seu caminho.

Por ali sai o sangue carmesim, mancha-me a blusa branca, escorrendo até alcançar a calça jeans e por fim os meus sapatos. Respiro fundo, tentando ignorar a dor massacrante.

Pego outra lâmina para barbear, fecho os olhos por um momento, a vida foi dura, então aperto o objeto cortante contra o meu pulso direito, logo o líquido vermelho escuro escorre pela minha mãe e pinga no piso da sala.

O que ele diria se visse só o sangue no carpete de madeira da sala? Como ele se sentirá quando me ver sem vida, no meio de uma poça de sangue, ali do lado da mesinha de centro?

Meu coração começa a bater cada vez mais rápido, respiro e prometo que tudo vai ficar bem, afinal esse é o meu final, estou indo para um lugar feliz onde não sou oprimida, onde não me sinto o pior ser humano do mundo, todos os meus erros morrerão aqui...

Voltei, acho que tenho mais crises no fim do ano... Já vai fazer um ano que eu posto aqui para tentar organizar os meus pensamentos, minhas ideias, e tentar achar uma luz no fim do túnel.

A verdade é que a realidade dói demais, ao mesmo tempo que eu me sinto sortuda por ter casa, carro, dinheiro, eu me sinto uma merda porque os demônios do passado continuam me afrontando. Agora mais do que nunca.

Não tem um dia que eu não pense em morrer e, de repente, eu estou cansada de alimentar esperanças de que a minha vida mudará. Mesmo que eu me esforce a minha mãe e a minha avó vão continuar dependendo de mim.

Eu sinto como se tivesse nascido só para cuidar dos outros e isso é mais deprimente do que parece. Eu me sinto culpada por tudo, também estou sozinha faz muito tempo...

Então a cada dia eu me isolo mais, criei um universo paralelo e particular onde tudo dá certo, lá eu vivo da minha música, não tenho dívidas, não fiquei mentalmente fodida depois de tudo.

Não gosto de me vitimizar, por isso só o faço aqui, meu lugar particular na Internet. Eu sei que é errado você criar um mundo só seu, uma realidade só sua, e se negar a viver no mundo real.

Cada vez mais eu quero ser uma espécie de alterego meu e isso é assustador. Eu tinha tudo para ser mentalmente saudável, mas a vida foi dura comigo. Estupro, homicídio, término de namoro, bullying, pobreza, família dependente e, principalmente, o controle que a minha mãe exerce sobre mim.

Ela me carrega para todos os cantos, surta se eu tento dar os meus próprios passos... No universo paralelo eu não tenho ascendentes e não sinto falta deles. Se eles morressem no mundo real eu enlouqueceria mais ainda, eles são a minha realidade.

Todos os dias eu me pergunto se o meu esforço está sendo em vão, provavelmente sim, eu sempre nado muito e morro na praia porque tem uma coisa ruim que me persegue e torna a minha vida horrível desde sempre.

Por que continuar viva? Por que não temos controle sobre a nossa morte? Não podemos definir hora nem lugar, por isso eu continuo aqui, no meu próprio mundo, impenetrável, feliz e livre de todas as desgraças que já me acometeram.

Voltei depois de muito tempo porque eu estou confusa, cansada, desanimada, me sentindo uma merda com vida. As aulas começaram e eu não poderia estar mais de saco cheio de tudo.

Juntaram a minha turma com outra e a sala está lotada, eu me sinto sufocada. Para piorar os professores estão investindo numa metodologia ativa, basicamente o aluno estuda o conteúdo em casa e explica para o docente em sala de aula.

As coisas não estão mais iguais, tá tudo diferente e horrível... Para foder de vez a minha mãe está indo comigo para a faculdade e isso faz eu me sentir sufocada. Ela diz que ela só consegue estudar lá, mas só lá ela consegue sair do Facebook...

Falando nela, hoje brigamos feio, pois segundo ela eu sou grossa e egoísta, tudo porque ela quer virar uma frequentadora da OAB e depende de mim para ir lá, mas eu estou sem o mínimo de paciência para tudo o que envolve o meio jurídico.

Cada vez que os professores nos dizem que já devemos começar a fazer planejamento de carreira eu sinto vontade de enfiar o dedo na garganta e forçar o vômito porque eu quero viver de arte, mas no Brasil a arte não é apreciada.

Cada vez menos eu consigo projetar um futuro e isso é deprimente, a minha realidade é estúpida e eu estou de saco cheio de estar presa à ela, queria poder largar tudo e todos e recomeçar.

Mas na vida real as coisas não são tão simples, na realidade é tudo uma merda e você não sabe nem a data do término...

Cada vez eu apareço menos por aqui, me pergunto se um dia esse blog vai acabar, acredito que sim, afinal estou me tornando mais independente dessa válvula de escape a cada dia.

Esse último mês foi caótico e eu encarei tudo de cabeça erguida, peito estufado e tomando uma pá desses calmantes naturais, mas que fazem efeito para mim.

Primeiramente, a dívida do meu apartamento foi paga pelo meu advogado e, ao mesmo tempo que eu estou feliz eu também estou me sentindo uma merda.

Eu odeio ficar devendo dinheiro ou coisas para as pessoas, eu realmente odeio as coisas que esse apartamento me fez passar pelos últimos cinco anos da minha vida.

Temo que isso seja um grande golpe e evito pensar nisso ao máximo porque pensar nessa situação me faz chorar feito bebê, não é de alegria ou de tristeza, é simplesmente uma necessidade que me toma...

Próxima coisa: Minha faculdade está um caos, sim, eu passei de semestre direto, mas agora eu fico me perguntando se todo o esforço foi em vão.

No final de junho houve uma demissão em massa dos professores e, bom, os melhores professores foram mandados embora e isso inclui a minha orientadora da Iniciação científica.

Fora isso, eles reduziram a carga horária de aulas e aquilo ali virou um antro de corrupção e de esquerda. Até pensei em transferir, mas as melhores faculdades não tem vaga.

Estou bem desanimada com tudo, por mim eu trancava a faculdade, mas se fizer isso a minha vida vai ficar mais sem sentido. Não que ela não esteja caótica agora, até porque estou chegando no fim do curso e cada vez sinto menos vontade de trabalhar no meio jurídico.

Tirando tudo isso ainda tem a minha mãe que se formou, mas quer continuar indo na faculdade comigo porque se ela não me controlar por inteiro a Terra vai parar de girar e depois de uns dias vai explodir.

Isso é um pesadelo, preferia tomar um tiro na cabeça e morrer de vez (porque Deus me livre ficar presa numa cama paralisada). A nossa relação está ficando doentia demais e eu preciso dar um jeito de sair dessa.

A mais nova aconteceu sexta feira quando encontramos o advogado e ela me obrigou a aplicar o meu dinheiro porque quer usar o juros que ele vai render para alugar um apartamento e sair desse condomínio bosta.

Depois desse dia eu me afastei de TODOS. Desinstalei Whatsapp, Facebook, Twitter e Pinterest. Eu simplesmente não quero falar com ninguém, eu quero me enfiar numa enorme bolha e só a estourar quando as aulas começarem (se é que até lá eu vou conseguir arrumar paciência para conviver em sociedade).

Todos os dias eu penso em morrer, na morte, que, caso você ainda não saiba, eu encaro como um acontecimento feliz (pelo menos para quem morre, porque para os vivos só resta saudade e tristeza).

Escrevi num post it e colei na parede do quarto VOCÊ SÓ VAI MORRER QUANDO MERECER E DEUS QUISER. Pois é, essa é uma das tristes verdades de se viver na Terra: Não controlamos quando ou como vamos morrer.

Enfim...